O menino pedia para a mãe uma historinha. Impaciente, olhando de um lado para o outro como se um mico pagasse, disse para alguém que estava na fila:
— Todo dia é isso: esse menino inventa alguma coisa. Agora quer uma historinha, meneando a cabeça.
A reclamação dela não comoveu seu interlocutor. O menino, ávido por historinhas, dirigiu-se a um revisteiro e decepcionou-se, pois, as historinhas que ele queria não estavam ali.
A mãe, aborrecida, pegou-lhe pelo braço, dirigiu-se ao caixa, pagou a conta e se foi resmungando.
E aquele pequeno leitor será interrompido por quem historinhas deveria lhe contar.
LIMA, Ronaldo Pereira de. Foi só um olhar. Porto Real do Colégio: Edições Ron Perlim, 2017.