Assisti a um vídeo de um determinado indivíduo que se sentia escritor, desses que pegam carona na fama e resolvem publicar alguma coisa, seguindo aquela ideiazinha que uma pessoa só é completa se plantar uma árvore, parir um filho e escrever um livro.
Esse “escritor”, com ironia e desdém, criticava outros que; segundo ele, se sentiam especiais, intocáveis, julgando-se acima das pessoas como se semideuses fossem. Até a presente data e nas minhas andanças não encontrei nem um desses escritores descritos com as características mencionadas.
A primeira coisa que tenho a dizer a esse tipo de “escritor” é o seguinte: o verdadeiro escritor não se apropria da fama para ser escritor. Ele é apenas escritor. A palavra é o seu instrumento de cultivo diário.
O escritor, o verdadeiro escrito é diferente e nunca melhor que as outras pessoas. Sente as mesmas necessidades fisiológicas que elas. E por que é diferente o verdadeiro escritor? Porque capta a emoção do outro, vivendo-a como se fosse sua; externando-a através da palavra, dizendo o que pensa daquela emoção vivida. Ele é um leitor voraz, nunca esporádico, da própria vida e das vidas que o cerca.
De uma palavra cria um poema, de uma frase uma crônica, um conto, uma novela, um romance. A sua cabeça é úmida de água onde estão as palavras, loucas para serem postas no papel e se tornarem algum texto.
Por isso esses “escritores” que se apropriam da fama para dar certas declarações não passam de falsos escritores, achando-se conhecedor desse mundo rico de emoções.
Existem muitos pseudos escritores.
Tenha certeza que sim. Obrigado por comentar o texto.